Festividades e Tradições

S. Martinho - 11 de Novembro

Sagrado Coração de Maria - 1º Domingo de Setembro

A tradicional festa do Imaculado Coração de Maria, que ainda hoje tem lugar no primeiro Domingo de Setembro, constava de missa cantada, acompanhada de sermão e a culminar a procissão. Da igreja saíam os andores enfeitados com flores seguindo o percurso até ao cruzeiro e recolhendo novamente à igreja. Na procissão iam sempre pessoas a cumprir promessas, umas rezando, outras descalças, de joelhos ou vestidas com diversos hábitos. Havia quem oferecesse à padroeira ouro, flores ou dinheiro. Terminada a procissão tocava a banda até ao anoitecer. Já à noite dava-se início ao arraial. Esta festa sofreu alterações ao longo dos tempos. Actualmente, festeja-se também o S. Martinho celebrando-se missa, procissão e arraial.

 

 

A Páscoa na aldeia

Antigamente, logo de manhã tocavam os sinos e saíam duas cruzes, uma para cada lado da localidade, que eram levadas pelos Juízes da Igreja. Começava-se a beijar a cruz de casa em casa onde toda a vizinhança, familiares e amigos se reuniam. Como sinal de que a cruz se estava a aproximar, tocava uma campainha que geralmente era trazida por uma criança. Havia outra que trazia um saco onde cada um depositava o seu donativo. O pároco, ao entrar nas casas, benzia-as com água benta e rezava a seguinte oração:

Aleluia,
Aleluia
Cristo ressuscitou
Aleluia, Aleluia

Após o beijar da cruz, comiam-se amêndoas, tremoços, amendoins, pão-de-ló, bolo da Páscoa e o que cada um entendesse oferecer.

No final do dia, quando as cruzes recolhiam, repicava o sino.
Neste dia, era hábito os afilhados esperarem os seus padrinhos para receberem o folar (Bolo da Páscoa). Esta tradição manteve-se inalterada até aos dias de hoje.

 

 

Casamentos de outros tempos

Desde os primórdios da humanidade que sempre se celebraram casamentos. Estes eram bastante diferentes dos actuais.

Quando um rapaz e uma rapariga queriam casar, os pais do noivo iam pedir a mão da rapariga em casamento. Nesse dia marcava-se a data e o noivo oferecia, à noiva, o anel de noivado. Dois meses antes do casamento faziam-se os convites.
As noivas, de um modo geral, levavam um fato composto de saia e casaco e um véu. No entanto, as que pertenciam a famílias abastadas levavam vestido branco comprido envergando na mão o tradicional ramo de laranjeira (símbolo de virgindade).
Após o acto católico, os noivos eram felicitados pelos convidados e a madrinha da noiva atirava amêndoas, na porta da igreja, para as crianças que por ali estivessem. Seguidamente, dirigiam-se a casa dos pais, ajoelhando-se na soleira da porta pedindo a sua bênção bem como perdão pelas ofensas passadas. Ao chegar a casa, a rua estava enfeitada com verdura e flores da época. Havia uma mesa com uma terrina que era destapada pelos noivos de onde saía um casal de pombas.
Partia-se para a boda que tinha como pratos: canja, cozido à portuguesa, carneiro assado com batatas e o tradicional leitão. Durante o almoço, a madrinha da noiva espalhava amêndoas pela mesa para os convidados. À sobremesa comia-se pão-de-ló, aletria, arroz doce e bolo de noiva. Para beber servia-se vinho que os pais da noiva fabricavam em casa, embora nos casamentos mais ricos fosse servido espumante.
Quanto às núpcias ou não as havia ou eram curtas e passadas no país. Os noivos iam morar para casa dos pais de um deles.

 

 

Formaturas

Sempre que alguém terminava o seu curso fazia-se-lhe uma festa. Começava-se por ir esperar a pessoa ao comboio e iniciava-se o cortejo, apenas com alguns carros. Ao chegar à freguesia estalejavam foguetes e ofereciam-se flores ao recém – formado, acompanhadas dos respectivos cumprimentos de saudação. As raparigas solteiras atiravam pétalas de flores ao recém – formado.
Os pais ofereciam um lanche aos convidados e abriam a adega a todos aqueles que quisessem beber. Para animar a festa, convidavam-se alguns músicos e todos dançavam.